Economia em crise: Como superar a recessão e garantir a recuperação sustentável? | Análise sobre a p

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O setor econômico é bastante restrito às análises de curto prazo, visto que os analistas e as instituições financeiras procuram ganhar dinheiro a todo o momento. Assim, não há um aprendizado sob a perspectiva histórica, nem uma discussão acerca de previsões de longo prazo. Geralmente, essas últimas consistem em repetições do presente, sem mudanças significativas.

Contudo, o relatório Focus do Banco Central tem apresentado previsões sobre a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que sofreram alterações. A previsão da semana corrente é de um crescimento de 1,95% para este ano, que vem aumentando constantemente, de forma lenta, há nove semanas. No entanto, a previsão para 2025, 2026 e 2027 é de 2%. Essa previsão está sendo mantida há 18, 36 e 38 semanas, respectivamente.

Desse modo, não há aprendizado a partir do passado e simplesmente se prevê que o mau desempenho do PIB continuará. Desde 1980, a economia cresce bem menos do que antes, o que resultou em estagnação, caracterizada por um crescimento abaixo do potencial.

Por que a economia cresce menos?

Para crescer mais, seria necessário ampliar efetivamente os investimentos públicos e privados em formação de capital fixo da economia, em novas fábricas, fazendas, estabelecimentos comerciais e de serviços, em infraestrutura e outros itens, além de ampliar o capital já existente. Isso geraria mais produção, renda e empregos. No entanto, o Brasil tem investido muito pouco, com o investimento total em relação ao PIB atingindo apenas 16,5% em 2023, segundo o IBGE. De acordo com o economista Francisco Pessoa Faria, no período 1995/2023, a média foi de 17,6%, e só em cinco anos ficou entre 20% e 21%. Idealmente, essa taxa deveria estar sempre acima de 25%.

Pode haver uma solução para o problema?

Existe uma questão estrutural muito difícil de resolver, uma vez que, no período pós-1980, o Estado brasileiro aumentou bastante a sua arrecadação, retirando recursos de famílias e empresas que investem proporcionalmente mais, e reduziu também seus próprios investimentos. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, os investimentos públicos chegaram a representar 11% do PIB em torno de 1974, mas hoje estão perto de apenas 2% do PIB. Não sou contra a ampliação de gastos sociais, mas sua expansão deveria ser mais equilibrada, permitindo uma renovada expansão dos investimentos públicos em formação de capital. Isso exigiria ajustes nas despesas públicas em geral, mas os governos em seus vários níveis rejeitam essa ideia. O federal quer apenas aumentar impostos.

Qual o panorama atual da economia?

O PIB fechou 2023 com um crescimento de 2,9%, influenciado em grande parte pela safra agrícola excepcional. As previsões para 2024 eram de 1,5%, aumentando gradualmente para os 1,95% atuais, refletindo alguma melhoria no mercado de trabalho, expansão do consumo e redução da inflação. É pouco, mas vários setores parecem satisfeitos apenas com isso, devido a uma baixa aspiração da sociedade e de seus governantes em relação ao crescimento. O Brasil cresce menos do que a média de seus pares no grupo dos países emergentes e está ficando para trás.

O que impede um crescimento maior?

O Executivo federal enfrenta graves problemas fiscais, com sérias implicações no seu endividamento, o que tem causado um efeito cascata em relação aos juros altos, que geram uma maior expansão da dívida. O governo imaginou um arcabouço fiscal com um déficit primário (que exclui juros da dívida) zerado em 2024 e superávits a partir de 2025 até o fim do mandato, mas já começou a desviar-se dessas expectativas, aceitando aumentos de despesas. O próprio presidente Lula não acredita no arcabouço e é propenso à gastança.

Mesmo que não fosse assim, vê-se também tolhido pelo maior poder do Congresso na gestão das finanças federais. Segundo o economista Luiz Schimura, da FGV, em 2014, 83% dos recursos discricionários da União distribuídos a Estados, municípios e entidades privadas foram feitos diretamente pelo Executivo e 17% por emendas parlamentares. Em 2023, as emendas parlamentares representaram 46%, refletindo o poder do Legislativo no Orçamento. O economista afirma que, em geral, “a multiplicação das emendas pulveriza os recursos em ações paroquiais, em detrimento de uma estratégia nacional de investimento do Estado”. Assim, o Executivo também está limitado pelo Congresso.

Qual o futuro da economia brasileira?

Infelizmente, não vejo perspectivas de um crescimento econômico bem mais intenso, algo que poderia ajudar a resolver problemas de diversas naturezas. Não há vontade nem pressão política nessa direção. O único segmento com o potencial para exercer essa pressão seria o de empresários. Suas entidades deveriam unir-se, para além da defesa de seus interesses pessoais, e se empenhar também pelos interesses do Brasil.

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AUTOR É ECONOMISTA (UFMG, USP E HARVARD), CONSULTOR ECONÔMICO E DE ENSINO SUPERIOR


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Para solucionar as problemáticas mencionadas neste artigo, é necessário haver mais investimentos públicos e privados na formação de capital fixo da economia, gerando mais produção, renda e empregos e, consequentemente, um maior crescimento econômico. Além disso, é crucial que os políticos estejam dispostos a fazer os ajustes necessários nas despesas públicas, permitindo um maior equilíbrio entre os gastos sociais e os investimentos em formação de capital.

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