"Prévia da inflação: Abril registra desaceleração inesperada. Qual o significado disso?"

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O IPCA-15, conhecido como 'prévia da inflação', ficou em 0,21% em abril ante março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O indicador desacelerou ante o visto em março, quando subiu 0,36%.

O índice ficou abaixo das 35 projeções coletadas pelo Valor Data, que iam de uma alta de 0,23% a um avanço de 0,36%. A mediana das expectativas apontava para uma inflação de 0,28%.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,77%, abaixo dos 4,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2023, o IPCA-15 foi de 0,57%.

Dentro da meta

O objetivo de inflação perseguido pelo Banco Central neste ano é uma inflação de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual pra cima e 1,5 ponto percentual para baixo. Portanto, a variação em 12 meses do IPCA-15, de 3,77%, fica dentro do intervalo considerado aceitável, que suporta uma alta de até 4,5% ao ano.

É importante lembrar também que o indicador oficial de inflação é o IPCA, que ainda não foi divulgado.

Diferença do IPCA-15 para o IPCA

Embora seja conhecido como "prévia da inflação" por antecipar o IPCA, o IPCA-15 mede nada mais, nada menos do que a própria inflação mesmo, só que em outro período.

A diferença prática em relação ao IPCA é que a "prévia" mede a inflação dos dias 15 de um mês e outro, enquanto a inflação "oficial" mede a variação do mês início ao fim daquele mês fechado.

E o que isso significa para o meu bolso?

Um dos efeitos mais diretos da inflação é sentido no bolso dos consumidores na hora de fazer suas compras. Afinal, a inflação mostra que, de forma generalizada, as coisas estão mais caras. Uma segunda consequência da alta dos preços está nos investimentos. Isso porque o aumento (ou corte) da taxa de juros depende da inflação. Afinal, um dos de instrumentos que o Banco Central tem para controlar o aumento dos preços é mexer na Selic.

Assim, quando a inflação está alta, a autoridade monetária sobe os juros, a fim de "encarecer" o dinheiro. Portanto, os empréstimos e financiamentos (tanto dos consumidores como das empresas) ficam mais caros. Assim, há menos consumo, menos dinheiro em circulação. Com isso, os preços tendem a voltar a cair. E "voilá", a inflação entra nos eixos novamente.

Por outro lado, se a alta dos preços está controlada, o Banco Central pode cortar os juros (e, portanto, "baratear o dinheiro") para incentivar que as pessoas e empresas gastem sem que isso compromta o bolso delas, já que a inflação está em ordem. E isso serve como um estímulo para a economia crescer.

O momento atual é de queda da Selic, a taxa básica de juros. A trajetória de cortes começou em agosto do ano passado após o Banco Central concluir que o cenário era positivo para isso (ou seja, com inflação dentro do controle). Desde então, as quedas têm sido de 0,5 ponto percentual.

O mercado esperava uma aceleração nesses cortes, mas isso depende justamente de uma inflação mais comportada. Ao desacelerar e vir menor do que o esperado, o IPCA-15 pode trazer alívio para o mercado. Afinal, com uma inflação dando sinais de arrefecimento, os cortes de juros podem continuar.

O próprio Banco Central vem deixando claro sua preocupação com a inflação. Na última ata do Copom, a autoridade monetária ressaltou os riscos de a alta dos preços voltar a ganhar tração, especialmente por conta do mercado de trabalho forte no Brasil. Não à toa, o próprio mercado passou a apostar em um IPCA mais alto para este ano, como mostra o Boletim Focus.

Agora, no entanto, com o IPCA-15 mostrando uma desaceleração maior do que o esperado, pode ser que o mercado volte a apostar em uma inflação (e até mesmo uma Selic) menor neste ano.

O que barateou e o que encareceu?

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes registrou queda em abril.

O maior impacto veio de Alimentação e bebidas, que teve uma alta de 0,61%. Na sequência, veio o grupo de Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,78%. As demais variações ficaram entre o leve avanço de 0,03% de Artigos de residência e a alta de 0,41% de Vestuário.


Por /Nathália Larghi


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