Cartunista criador de "O Menino Maluquinho", Ziraldo, morre aos 91 anos; relembre a sua im

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O adeus a Ziraldo: um ícone da literatura infantil brasileira No último sábado, dia 6 de julho, o Brasil perdeu um de seus maiores talentos: Ziraldo. Aos 91 anos, o cartunista, desenhista e escritor faleceu em sua residência, na Lagoa, no Rio de Janeiro. Sua morte, de causas naturais, foi confirmada pela família. Desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em 2018, Ziraldo vinha com a saúde debilitada. Ziraldo era um nome essencial na literatura infantil brasileira, tendo marcado e ajudado a formar gerações de leitores com livros que se tornaram verdadeiros fenômenos editoriais, como “O Menino Maluquinho”, “Flicts” e a série “Os Meninos dos Planetas”, todos no catálogo da editora Melhoramentos. Estima-se que mais de 110 milhões de exemplares de seus livros tenham sido vendidos desde 1980, quando apareceu o personagem “O Menino Maluquinho”. Imagem de capa da Melhoramentos Ziraldo nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932. Seu primeiro desenho publicado apareceu na “Folha de Minas” quando tinha apenas seis anos. Após uma infância entre o interior de Minas e o Rio de Janeiro, formou-se em Direito em Belo Horizonte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Começou sua carreira nas letras nos anos 1950, escrevendo para veículos importantes como o “Jornal do Brasil” e a revista “O Cruzeiro”, e construindo seu trabalho de pintor, chargista, teatrólogo e escritor. A “Turma do Pererê”, provavelmente a primeira revista em quadrinhos feita por um só autor lançada no Brasil, fez seu nome no início dos anos 1960 e pavimentou sua entrada na turma de “O Pasquim”, do qual é fundador. Na década de 1980, seus personagens voltaram a aparecer em tiras de jornais, inclusive no Estado de São Paulo. Seu trabalho mais recente foi o crossover com A Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. Em 2017, lançou, em parceria com o escritor Fernando Sabino, “A volta de D. Beija e seu filho Gabriel”, livro infanto-juvenil que conta a história de Dona Beija e seu filho Gabriel, fruto de um seu amor com o poderoso Frei Velasco. Nesta homenagem ao grande Ziraldo, trazemos um retrato de sua vida e obra, seus maiores sucessos, sua carreira premiada no Brasil e no exterior e algumas curiosidades sobre sua vida.

Retrato de Ziraldo: vida e obra

Retrato de Ziraldo
Ziraldo começou a se dedicar à literatura infantil na década de 1970, quando publicou “Flicts”, seu primeiro livro no gênero. Seu grande sucesso, “O Menino Maluquinho”, de 1980, vencedor do Prêmio Jabuti, marcou gerações e se tornou um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros de todos os tempos. O livro apresenta o personagem com a frase “Era uma vez um menino que tinha o olho maior que a barriga, fogo no rabo e vento nos pés”. Mas não foi só “O Menino Maluquinho” que consagrou Ziraldo como um ícone da literatura infantil brasileira. Ele também escreveu “Flicts”, “Uma Professora muito Maluquinha”, “O Bichinho da Maçã”, “O Planeta Lilás”, “Menina Nina” e “O Menino Quadradinho”, livros que se tornaram referência para inúmeras crianças e adultos que cresceram acompanhando as aventuras desses personagens. Sua obra foi traduzida para dezenas de idiomas e seus personagens também viajaram pelo mundo ao se transformarem em selos comemorativos de Natal dos Correios. Por pelo menos duas vezes, foi homenageado por escolas de samba no Carnaval do Rio. De acordo com Sérgio Augusto, “Ziraldo foi um escritor e cartunista que permaneceu em voga por mais de seis décadas, do início dos anos 1950 ao fim da primeira década dos 21, tirando seis anos entre 1974 e 1980, quando afastou-se da sátira política, do humor e da produção de quadrinhos para se dedicar à literatura infantil”.

A carreira premiada de Ziraldo no Brasil e no exterior

Premiações de Ziraldo
Ziraldo não era apenas um grande escritor, mas também um grande ilustrador e cartunista, tendo recebido vários prêmios pela sua arte não só no Brasil, como no mundo. Em 1969, ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32.º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina. Também foi convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef. Mas os prêmios não se limitam a seu talento em desenho e caricaturas. Além de ter vencido o Prêmio Jabuti por “O Menino Maluquinho” em 1981, Ziraldo tem, entre outros, o título de Embaixador do Turismo do Rio de Janeiro, foi comendador da Ordem do Mérito Cultural em 2005 e ganhou em 2016 a Ordem do Mérito Cultural. Ao longo de sua carreira, teve suas obras expostas em vários países, como Estados Unidos, França, Inglaterra, Argentina e Chile.

Curiosidades sobre Ziraldo

Curiosidades sobre Ziraldo
Ziraldo tinha várias curiosidades em sua trajetória que não deixam dúvidas de que sua carreira foi singular. Algumas delas são:
  1. Seu primeiro desenho publicado foi aos seis anos de idade na “Folha de Minas”.
  2. A “Turma do Pererê”, revista de quadrinhos de sua autoria, é considerada a primeira revista no Brasil feita por um só autor.
  3. Ziraldo participou da primeira turma de “O Pasquim”, jornal satírico que permaneceu como peça de criatividade e resistência política à ditadura militar brasileira (1964-1985).
  4. Foi condenado a dois anos de prisão pelo registro indevido da marca do Festival Internacional do Humor de Foz do Iguaçu, realizado em 2003. A pena foi substituída por multa e prestação de serviços.
  5. Ziraldo foi homenageado várias vezes em escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro, o que mostra que seu trabalho ultrapassou os limites da literatura e chegou a diversas áreas artísticas.

Os maiores sucessos de Ziraldo

Capa de livro infantil
  • O Menino Maluquinho (1980) - Mais de 4,1 milhões de exemplares
  • Uma Professora muito Maluquinha (1995) - Mais de 500 mil exemplares
  • Flicts (1984, pela Melhoramentos) - Mais de 500 mil exemplares
  • O Bichinho da Maçã (1982) - Mais de 300 mil exemplares
  • O Planeta Lilás (1984) - Mais de 200 mil exemplares
  • Menina Nina (2002) - Mais de 140 mil exemplares
  • O Menino Quadradinho (1989) - Mais de 120 mil exemplares

No alto de seus 91 anos, Ziraldo deixa uma obra imortal e múltiplas lições a serem seguidas. Nós agradecemos sua contribuição à literatura e sua capacidade de fazer sonhar crianças e adultos, em um país que tanto precisa de sonhos.

Nos lembramos dele com carinho e agradecimentos a um dos maiores nomes da cultura brasileira.

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Fonte: Estadão Conteúdo.


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