Infância roubada: Como a tecnologia está afetando a criatividade e brincadeiras das crianças?

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Os efeitos do uso excessivo de telas em crianças e adolescentes já são amplamente conhecidos e evidenciados por diversos estudos e pesquisas. Cada vez mais, o tempo que esses jovens passam em frente às telas é utilizado para trabalho, estudo e entretenimento, mas isso tem um custo alto em termos de desenvolvimento social, emocional e físico.

Mas afinal, o que é que esses jovens tanto fazem nas redes sociais que nem mesmo uma adolescente de 15 anos quer para si? E mais, qual a relação das telas com o aumento de sintomas de ansiedade, depressão e estresse? Quais habilidades sociais, emocionais e físicas que esses jovens estão perdendo por passarem mais tempo em dispositivos móveis do que interagindo com outras pessoas e/ou seus pares? Como lidar com a nomofobia, o medo de ficar distante do celular que tem afetado crianças cada vez mais jovens?

Redes sociais e a saúde mental

De acordo com a adolescente de 15 anos citada na abertura do texto, inspiração "véi aí" nos jovens vem dos canais de YouTube e redes sociais. Mas a falta de pessoais reais para falar as coisas para eles faz mal à saúde mental desses jovens.

Em estudo realizado pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG, 72% das crianças avaliadas apresentaram sintomas de estresse, ansiedade e depressão decorrentes do uso excessivo de telas. E como ficar longe dos aparelhos, esses jovens apresentaram nomofobia, algo que antes era percebido apenas em idosos.

Imagem de tecnologia
Imagem ilustrativa - Fonte: Unsplash/Austin Distel

Mas afinal, qual a relação entre o aumento do tempo em frente às telas no dia a dia e esses sintomas? Talvez o aumento do tempo em frente às telas esteja relacionado ao aumento do uso dessas tecnologias para trabalho, entretenimento e estudo, em decorrência da pandemia da Covid-19.

A importância do brincar

De acordo com Gabriel Salgado, coordenador da área de Educação do Instituto Alana, o brincar, especialmente o brincar livre, que parte da iniciativa da criança e não depende de brinquedos prontos, é fundamental para a formação da subjetividade, desenvolvimento e bem-estar emocional das crianças e adultos.

Imagem de jogos
Imagem ilustrativa - Fonte: Unsplash/Alex, PhotoStock

Por meio da experiência do brincar, as crianças expressam sua singularidade, demonstrando suas emoções, interesses, gestualidades e habilidades - motoras, cognitivas e sociais. É a forma da criança ser, se expressar, se afetar, criar, compreender, investigar, aprender e estar no mundo. O brincar proporciona o sentimento de estar vivo, de ter um lugar no mundo, de pertencer ao próprio corpo e participar da comunidade e cultura do seu entorno. Os efeitos e benefícios do brincar infantil perduram ao longo da vida.

Já o pediatra Daniel Becker ressalta que as redes sociais não são apenas de entretenimento, nem só educativas, elas são formativas. Quando uma criança passa cinco ou seis horas nas redes, ela está ouvindo muitos desconhecidos no YouTube, entre manipuladores e até criminosos como pedófilos, etc., ou seja, pessoas que estão ali com uma série de interesses por trás, além de toda uma toxicidade e o incentivo ao consumismo.

Não é só sobre as crianças e os adolescentes

Deixados em frente às telas, crianças e adolescentes brincam cada vez menos, socializam cada vez menos e isso tem como consequência direta o aumento da depressão e da ansiedade. Mas pais também estão viciados nas telas e isso só retroalimenta o ciclo dentro de casa, fazendo com que esses jovens não recebam a atenção necessária por parte dos pais.

Imagem de família
Imagem ilustrativa - Fonte: Unsplash/Guille Álvarez

Segundo o estudo Pew publicado no Washington Post, 50% dos adolescentes entrevistados dizem que os pais têm problemas com as telas e se distraem nelas enquanto "conversam" com os próprios filhos. Mas como lidar com esse vício em telas, se os próprios pais também lutam contra ele?

Propiciar espaços e momentos de brincadeira, experiência e vivência

A solução não está em deixar as crianças em frente às telas, mas sim em propiciar espaços e momentos de brincadeira, experiência e vivência, por meio de esforços conjuntos entre escola, família, governos, empresas e sociedade. É necessário ter políticas públicas que apoiem as famílias a levarem suas crianças para brincar em praças e bem-cuidadas, poliesportivas, vilas olímpicas com atividades recreativas e gratuitas para crianças, lugares arborizados, bem iluminados, acessíveis e com atividades diversas, para que elas não fiquem jogadas no sofá e no celular.

Como pais, podemos experimentar sentar à mesa sem o celular na mão, aceitar o convite para uma brincadeira com seu filho, diminuir a duração do tempo que passam em frente às telas, se afastar do modelo "educar" e se aproximar do "aprender junto". São pequenas mudanças que, somadas, podem fazer uma grande diferença na vida dos jovens e das famílias.

Então, que tal trocar o tempo de tela pela sua presença e a presença de seus pares? Essas interações são essenciais para o desenvolvimento saudável e equilibrado de crianças e adolescentes.

Lembre-se de comentar e compartilhar esse texto com outros pais e responsáveis que você conhece. Vamos todos juntos contribuir para um mundo menos viciado em tecnologia e mais à medida humana.

Agradecemos a sua atenção e ficamos felizes em poder ajudar! Não se esqueça de continuar acompanhando nossos conteúdos e de nos seguir nas redes sociais para ficar por dentro de todas as novidades!


Por /Carolina Delboni


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