Cotas raciais: o que precisa ser aprimorado no sistema? | Opinião: a discussão sobre as cotas raciai

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As cotas raciais, adotadas no Brasil há alguns anos, foram consideradas um sucesso pelas políticas públicas do país, de acordo com vários eventos e declarações oficiais. Aumentar a quantidade de estudantes de cor negra e parda nas universidades do Brasil foi uma vitória inegável. No entanto, desde então, dois eventos recentes abalaram esse consenso.(Imagem: diversity Unsplash API)

Comissão de heteroidentificação

Em primeiro lugar, a comissão de heteroidentificação da USP negou a matrícula a Alisson dos Santos Rodrigues, um jovem de 18 anos, por não o considerarem pardo. A comissão suscitou dúvidas sobre os critérios utilizados, uma vez que as cotas raciais foram implantadas sob o critério das raças preta e parda.

Fim do consenso

Além disso, outra questão veio à tona recentemente, mostrando que um consenso inicial em relação às cotas raciais parece agora ter se dissolvido. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 56% dos brasileiros são contra o modelo de cotas raciais, e cerca de 39% da população afro-brasileira também é contra as cotas.

O racismo é um problema muito difícil de ignorar no Brasil, uma vez que temos um passado histórico ligado à escravidão de africanos que, durante séculos, sustentou a economia do país. Parte da sociedade brasileira ainda hoje considera a cor da pele como um fator determinante em julgar as pessoas, o que evidencia a desigualdade entre brancos e negros.

Para ilustrar melhor essa questão, podemos recorrer ao livro “Racismo Brasileiro – uma história da formação do país” da historiadora Ynaê Lopes dos Santos. A obra apresenta a forma como as raízes do racismo foram semeadas no Brasil. Por outro lado, também é interessante mencionar a trilogia de Laurentino Gomes, que aborda, dentre outros tópicos, como os colonizadores portugueses tinham preferência em comprar prisioneiros entre tribos inimigas, em vez de fazerem expedições para capturar nativos.

Desigualdade social

Os negros no Brasil enfrentam uma desigualdade social significativa. Eles têm menos acesso a saneamento básico, segurança, moradia de qualidade do que pessoas com a pele mais branca, de acordo com dados estatísticos. Como é possível prosperar na vida quando mal se consegue alimentar devidamente nos primeiros anos de vida? As cotas são uma solução que busca compensar as dificuldades enfrentadas pelos negros e pardos.

Por outro lado, a concepção das cotas é problemática. Para que possam ser implantadas, é preciso utilizar-se da lógica do colonizador, dividindo a sociedade em raças – algo que não tem embasamento científico. A sociedade brasileira é diversa, e não há um critério científico que possa resolver essa nossa condição. E por todas essas razões, a polêmica em torno das cotas raciais prossegue.

Critérios de cotas raciais

Alguns elementos subjetivos nos critérios das cotas estão levando à rejeição das cotas raciais pela sociedade brasileira. Pode haver um cheiro de eugenia no ar, e é necessário estar atento a isso. Além disso, é importante lembrar que, mesmo que as cotas sejam um meio de promover diversidade, elas não beneficiam os negros mais pobres ou miseráveis. Para que essa parcela da sociedade também seja beneficiada é preciso fazer algo que até hoje ainda falha: universalizar o ensino de qualidade desde as creches. Somente assim podemos buscar a igualdade.

Por fim, a discussão em torno das cotas raciais é essencial para continuar lutando por uma sociedade mais igualitária. É hora de deixar de lado acusações de racismo e buscar melhorias para todos na sociedade. Com ou sem cotas, o Brasil deve trabalhar para desigualdades menores, aumento da produtividade e maiores conectividades com o mundo.

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