A Operação Verão realizada na Baixada Santista encerrou-se com o anúncio da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo nesta segunda-feira, após 105 dias de atuação policial, durante o período foram apreendidos 1.025 adultos e 47 menores de 18 anos, 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais. No entanto, a operação foi alvo de críticas pela alta letalidade policial, acusações de excessos por parte dos policiais militares e mortes de inocentes, o que já havia ocorrido na Operação Escudo, em 2023. O governo nega irregularidades e menciona que a ação foi uma resposta ao avanço do crime organizado na região. A Baixada Santista é uma das regiões mais desafiadoras do Estado em relação ao combate ao tráfico de drogas devido à proximidade do Porto de Santos, que é utilizado para o escoamento de drogas para outros continentes. A vinculação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a região tem sido destaque nos noticiários, inclusive com o uso de mergulhadores para transportar drogas para navios no Porto de Santos, conforme relatos do Estadão. Com a ampliação do efetivo permanente nas principais cidades da Baixada Santista, a Secretaria da Segurança Pública afirma que será possível dar continuidade ao combate ao crime organizado, que será constante e pede o reforço do policiamento ostensivo.

Qual foi a repercussão das ações policiais?

A Operação Verão na Baixada Santista foi questionada por famílias das vítimas fatais, o que motivou a denúncia de abusos policiais pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suíça). Segundo a Ouvidoria das Polícias, quase 30 denúncias já haviam sido encaminhadas às autoridades do Estado em fevereiro. Em 8 de março, duas entidades da sociedade civil, a ONG Conectas e a Comissão Arns, apresentaram denúncia ao Conselho de Direitos Humanos apontando operações letais e escalada da violência policial na Baixada Santista promovida pelo governo. Por outro lado, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, elogiou a operação, afirmando que cumpriu seu objetivo de reduzir os índices criminais na Baixada Santista.

Quais foram os resultados da operação?

A ação policial apreendeu 1.025 adultos e 47 menores de 18 anos, 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Alguns alvos importantes foram presos durante a Operação Verão, como Karen de Moura Tanaka Mori, a Japa, suspeita de comandar a lavagem de dinheiro do PCC em Santos, Cubatão e Guarujá, e Caio Vinicius, conhecido como "Nego Boy", acusado de liderar o tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos. De acordo com a SSP, os roubos em Santos, São Vicente e Guarujá diminuíram 25,8% no primeiro bimestre deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2023.

Qual foi a resposta do governo em relação às denúncias?

Diante das denúncias de abusos policiais, o governo nega irregularidades e menciona que está investigando os casos. O governador Tarcísio de Freitas ironizou a denúncia: “O pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí.” Até a publicação desta reportagem, a Secretaria da Segurança Pública não havia se manifestado novamente em relação às denúncias de abuso policial. Na região da Baixada Santista, a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) avança, inclusive com uso de mergulhadores para contribuir nos transportes de drogas para navios no Porto de Santos. A ampliação do efetivo permanente nas principais localidades da Baixada Santista permitirá a continuidade do combate ao crime organizado, que deve ser constante.

No geral, a Operação Verão na Baixada Santista foi marcada por apreensões de drogas e armas, além de prisões. A ação policial, no entanto, foi alvo de denúncias de abuso policial e alta letalidade por parte da polícia, gerando críticas e afetando a imagem das atuações policiais na região.

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