Recentemente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontou que a questão fiscal tornou-se de maior importância no mundo e que isso impactará também o Brasil. De acordo com ele, o risco global e nacional estará diretamente relacionado à sustentabilidade da dívida do país.

Campos Neto destacou que, quando a liquidez é alta, as pessoas tendem a ser mais complacentes em relação ao fiscal, mas quando o ambiente mundial passa a olhar com mais atenção para essa questão, "é como se você precisasse tirar uma nota maior para passar de ano". O presidente do BC ressaltou a importância da transparência nesse tema.

Por que é difícil cortar gastos no Brasil?

O presidente do BC afirmou que no Brasil é "super difícil" cortar gastos. "É bastante fácil falar, mas quando você chega lá, você sabe, tem Orçamento engessado, você precisa desobrigar, desindexar, não consegue e no final o discricionário é parte pequena do Orçamento", explicou.

Quais países estão fazendo ajustes fiscais mais ambiciosos?

Roberto Campos Neto destacou que alguns países emergentes, como Chile e Peru, estão fazendo ajustes fiscais mais ambiciosos. No entanto, ele alertou que no Brasil isso é complicado devido à elevada dívida pública e a carga tributária já elevada, o que significa que há pouco espaço para cortes de despesas.

O que diz o estudo do FMI?

Em suas declarações, o presidente do BC citou um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) que analisou endividamento, juros (crescimento da dívida) e o quanto o país arrecada em impostos em relação ao PIB. Segundo Campos Neto, quando avaliado de forma tridimensional, o Brasil é um dos países emergentes com piores indicadores fiscais.

O estudo mostrou que o Brasil tem uma dívida elevada, carga tributária elevada e pouco espaço para cortes de despesas, o que significa que a política fiscal rigorosa é fundamental para equilibrar a situação econômica do país.

Conclusão

Em suma, as declarações do presidente do Banco Central apontam para a importância da questão fiscal no mundo atual e no Brasil em particular. A elevada carga tributária e a dívida pública estão entre os maiores obstáculos para cortes de gastos e, portanto, a transparência e a política fiscal rigorosa são mais importantes do que nunca para equilibrar a situação econômica do país.

Fica evidente que o cenário atual exige atenção total aos problemas fiscais no Brasil, especialmente agora que o país enfrenta um momento de incerteza na economia. É fundamental que as autoridades tomem medidas responsáveis e eficazes para garantir a saúde financeira a longo prazo do país.

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Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.

Por /Gabriel Shinohara