Recentemente, a Eletrobras, uma empresa brasileira de energia elétrica, apresentou sua proposta para o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho após sua privatização em 2022. Um dos principais pontos da proposta é a redução de 75% para 33% do salário como remuneração de férias. Além disso, a empresa planeja reduzir em 12,5% os salários dos empregados que ganham até R$ 15.572,04. Os salários maiores serão discutidos caso a caso.

Apesar de a empresa não confirmar os porcentuais, ela afirmou em nota que busca um acordo coletivo baseado nas determinações da lei e na construção de uma empresa cada vez mais robusta. A Eletrobras contratou o advogado Antonio Carlos Aguiar para conduzir as negociações com os empregados e também pretende retirar o benefício do “13º vale refeição”, considerado pelos empregados como um “ticket de Natal”.

Por que a Eletrobras está propondo esses cortes?

O objetivo principal da empresa é acabar com as distorções da época estatal e adequar a relação trabalhista ao novo perfil de companhia privada. Essa mudança é necessária para tornar a empresa mais competitiva no mercado e permitir que ela se adapte às novas demandas e realidades do setor de energia elétrica.

Além disso, a Eletrobras está lidando com uma queda na receita e um cenário econômico incerto no país. As negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho têm como objetivo ajustar os gastos da empresa e torná-la mais eficiente a longo prazo.

Como os funcionários estão reagindo?

Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), uma pesquisa mostrou que os trabalhadores e trabalhadoras estão dispostos a aderir a atos, paralisações e greves em razão das condições que vêm sendo apresentadas pela empresa. A terceirização da negociação do ACT desagradou o CNE, que criticou a proposta da empresa após a primeira rodada de negociações com Aguiar.

Na reunião, foram discutidos ainda a manutenção de benefícios como auxílio-creche, auxílio educacional e auxílio-funeral, entre outros recebidos pelos empregados na época de estatal. Ainda assim, muitos trabalhadores estão preocupados com a perspectiva de uma redução significativa em seu salário e benefícios.

Qual será o impacto dessas negociações?

A negociação do Acordo Coletivo de Trabalho é um processo complexo e delicado para todas as partes envolvidas. A Eletrobras tem nove ACTs diferentes para serem negociados, cada um com suas particularidades e desafios.

Após quase dois anos de privatização, a Eletrobras precisa estabelecer uma nova cultura organizacional que seja capaz de equilibrar as demandas dos funcionários com as necessidades comerciais da empresa. O objetivo é padronizar o máximo possível a relação trabalhista entre todas as empresas do grupo e alinhar as práticas trabalhistas ao setor privado.

Embora seja necessário ajustar as despesas da empresa para garantir sua sustentabilidade a longo prazo, o desafio para a Eletrobras será atingir um acordo que seja justo para todos e não prejudique excessivamente seus funcionários.

Referências

• Eletrobras apresenta proposta para reduzir porcentual do salário como remuneração de férias
• Eletrobras contrata negociador para acordo coletivo de trabalho e prevê cortar salários

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