Com o dólar atingindo a marca de R$5,27 - o maior valor em mais de um ano - a preocupação com a cotação da moeda norte-americana tem aumentado, especialmente para quem planejava férias no exterior. Por outro lado, alguns setores da economia podem se beneficiar dessa alta do câmbio, que pode potencializar os ganhos de ações negociadas na B3. Empresas produtoras de commodities e exportadoras são algumas das que devem ganhar com a apreciação do dólar.

Beneficiados pelo dólar alto

Empresas como Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), que possuem exposição ao mercado internacional, podem se beneficiar bastante com a alta do dólar, já que o preço da celulose, seu principal produto, é cotado em dólar. Da mesma forma, outras empresas que possuem parte significativa de suas receitas provenientes de exportações, como JBS (JBSS3), CSN Mineração (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), também podem ser favorecidas nesse cenário.

O setor agropecuário, como as empresas Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), além das produtoras de petróleo, como Enauta (ENAT3) e Prio (PRIO3), também podem colher frutos da apreciação do câmbio. Esse grupo de empresas que trabalham com exportação se beneficia porque vai ter o incremento de receita sem o aumento de custo proporcional, anotando uma margem melhor.

Prejudicados pelo dólar alto

Por outro lado, alguns papéis podem ser penalizados com a forte valorização do dólar. Empresas importadoras e as com dívidas atreladas à moeda americana podem ser afetadas: nesse grupo, podemos citar as construtoras e incorporadoras.

Da mesma forma, a alta do dólar pode gerar pressão inflacionária, afetando empresas como Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Eztec (EZTC3). Além disso, o varejo também pode ser impactado negativamente pelo contágio do câmbio na inflação, prejudicando empresas voltadas para o consumo doméstico como Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3).

Por fim, empresas com dívidas em dólar podem enfrentar dificuldades. Isso inclui companhias do setor aéreo, como Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), cujos custos, especialmente combustíveis, estão atrelados ao dólar.

Conclusão

Em resumo, a alta do dólar pode ser vista como uma faca de dois gumes: pode beneficiar alguns setores e prejudicar outros. Para os investidores, é importante ficar atento às empresas que podem se beneficiar da apreciação do câmbio, principalmente as produtoras de commodities e exportadoras, além de avaliar também as possíveis consequências negativas em setores específicos.

Você tem investido em ações de empresas que podem se beneficiar da alta do dólar?

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Por /Laelya Longo