Opinião | Por que devemos proteger as infâncias indígenas? | Estratégias para garantir um futuro mel

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Desigualdades na saúde das crianças indígenas no Brasil estão sob os holofotes do país e do mundo atualmente, especialmente por conta da exploração ilegal de madeira e mineração em terras indígenas Yanomamis, que trazem inúmeros problemas de saúde e desenvolvimento para estas populações. O estudo “Desigualdades em Saúde de Crianças Indígenas”, realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), evidencia que a saúde das crianças indígenas de todas as etnias no Brasil está em risco em suas primeiras infâncias. Mortalidade infantil em crianças indígenas é mais que o dobro em comparação com crianças não indígenas no país, mostrando a urgência de políticas públicas efetivas para combate a essa crise de saúde.

Por que a saúde das crianças indígenas está em risco?

Desnutrição infantil, elevadas taxas de malária, exposição prolongada de crianças ao mercúrio em ambas atividades ilegais de mineração e exploração de madeira nas terras indígenas e atrasos neurológicos são algumas das consequências trágicas das explorações predatórias no grupo Yanomami. Enquanto isso, a ameaça à saúde de crianças indígenas de todas as etnias no país está ligada à desnutrição infantil, doenças infecciosas e parasitárias, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e doenças que afetam o aparelho respiratório. Crianças indígenas também enfrentam altas taxas de mortalidade infantil e neonatal. A crise de saúde atual é agravada pela falta de acesso a serviços de saúde e pelas barreiras culturais na prestação de serviços.

Como a infraestrutura e as diferenças culturais afetam o acesso aos cuidados de saúde indígena?

O acesso efetivo aos serviços de atenção à saúde é dificultado por dois tipos de entraves: os relacionados à infraestrutura física e à dificuldade no alcance das regiões com populações indígenas e as diferenças culturais no entendimento sobre corpos saudáveis e as práticas para cultivá-los. No que diz respeito à infraestrutura física, muitas populações indígenas encontram-se em regiões de difícil acesso, o que dificulta o deslocamento das equipes de saúde e o acesso da população aos serviços. O uso de veículos apropriados é muitas vezes inviável, contribuindo para a falta de atendimento adequado. Além disso, há dificuldade em dar continuidade aos cuidados com a gravidez e aos marcos de desenvolvimento das crianças, em virtude do difícil acesso.

Quanto às diferenças culturais, há tensões entre as ações dos profissionais de saúde e as práticas tradicionais dos pajés e das parteiras. Compreender as diferentes percepções e práticas culturais de cada etnia pode ajudar equipes de saúde a construir juntamente com os povos indígenas formas de mostrar a importância da prevenção feita pelo acompanhamento pré-natal e outras práticas de saúde ocidental e ofertá-las com base na adaptação e respeito a cada cultura.

O impacto da degradação ambiental na saúde indígena

A degradação ambiental impacta diretamente a saúde das populações indígenas, incluindo a insegurança alimentar, que resulta em desnutrição infantil, bem como a exposição a novas doenças e a contaminação por mercúrio, o que causa consequências graves para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Os modos de vida dos povos indígenas estão intrinsecamente ligados à natureza ao seu redor. A falta de acesso às suas formas tradicionais de alimentação devido à degradação ambiental e à expulsão de seus territórios por invasores colocam toda a população em risco de insegurança alimentar e impactam diretamente a saúde das crianças, que são o elo mais frágil dessa cadeia.

O que pode ser feito para proteger as crianças indígenas de forma efetiva?

Para garantir o acesso das populações indígenas aos serviços de saúde disponíveis a toda a população do país, investimentos em infraestrutura e aumento do número de profissionais de saúde são necessários. Para ultrapassar barreiras culturais na prestação de serviços de saúde, é essencial que programas de formação a todos os profissionais que forem designados a trabalhar com as populações indígenas sejam fortalecidos e ampliados. A integração do conhecimento local de cada povo como parte da prestação de serviços de saúde é uma das diretrizes centrais da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Pnaspi). Além disso, a proteção do meio ambiente e do entorno dos povos indígenas é da responsabilidade de todos nós e requer ação intersetorial.

Conclusão

Para proteger as crianças indígenas de forma efetiva, é preciso atuar em múltiplas frentes. Investimentos em infraestrutura, reforço na formação profissional, integração do conhecimento local e proteção do meio ambiente são alguns dos pontos importantes. É essencial que essas medidas sejam tomadas de forma urgente pelo sistema público de saúde e por governos em geral, tendo em vista a crise atual de saúde enfrentada pelas crianças indígenas no Brasil.

Imagem: Foto de Ambson Snyders no Unsplash

Por que a saúde das crianças indígenas deve ser uma prioridade absoluta?

É necessário chamar a atenção para a urgência de políticas públicas efetivas para proteger a saúde e o desenvolvimento das crianças indígenas no Brasil. As iniquidades na atenção à saúde indígena devem ser solucionadas de forma imediata, tendo em vista os altos índices de mortalidade infantil e neonatal e os graves impactos na vida das crianças. A proteção das crianças indígenas deve ser uma prioridade absoluta em uma sociedade que se preocupa com a justiça social e com a proteção dos mais vulneráveis.

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Obrigado pela sua leitura.

Assinado: Juliana Cavalcanti

Imagem: Foto de Felipe Santana no Unsplash


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