A presença negra nas artes: reconstruindo o imaginário social e combatendo o racismo

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Há frases que reverberam por gerações, como é o caso de “o caminho de volta”. Este é um movimento importante quando se trata de fugir dos estereótipos que foram impostos ao longo da história da humanidade. A litogravura do artista Jacques Etienne Arago, do século XIX, chamada “Castigo de Escravos”, que retratava a escrava Anastácia com uma máscara de Flandres, é uma imagem que remete a uma voz silenciada por muito tempo. A transformação desta imagem é representada, por exemplo, na obra “Monumento à voz de Anastácia”, do artista Yhuri Cruz, de 2019, na qual a imagem da escrava aparece livre da máscara silenciadora.

A arte é um território de representatividade importante, a qual é capaz de transformar simbolicamente a realidade do mundo. Um exemplo disso é a I Jornada NUPE, um grande encontro de pesquisadores negros promovido pelo Núcleo Negro para Pesquisa e Extensão da Unesp. Durante o evento, muitos alunos apresentaram dificuldades para falar sobre suas pesquisas nas salas de aula onde a maioria é composta de alunos e professores brancos. Isso mostra como a voz ainda é calada em determinados espaços.

Por que ainda nos calam?

A resposta a essa pergunta está na simbologia que construímos. Quando figuras racistas nos rodeiam, elas contribuem para naturalizar a desigualdade. Os cânones da arte oferecidos por escolas, mídia, museus e outros meios têm sido historicamente responsáveis pela manutenção do racismo. Mas, não se trata de uma disputa do imaginário simbólico, mas sim uma ampliação das possibilidades de existência

Temos um repertório de imagens construído de forma a reforçar estereótipos, mas os artistas negros estão mudando esta realidade criando um novo repertório de significados para a nossa existência. Isso é capaz de desnaturalizar o racismo e reconstruir o imaginário social, trazendo de volta as narrativas dos ancestrais que estavam silenciadas.

Presença Negra na Arte

Por muito tempo, as pessoas negras retratadas na arte ocupavam sempre o papel de “escravo/sofredor”. Após a década de 1960, os artistas brancos passaram a apresentar o negro como “o malandro” ou “a mulata exótica”. Este tipo de representação reforça o imaginário racista sobre a personalidade e a idoneidade negra.

O movimento de acesso à educação superior através de política de cotas foi um grande marco para a mudança deste cenário. A partir do momento em que pretos e pardos passaram a estudar artes e a produzir, documentar e disseminar imagens desmistificando ideias racistas, forçaram o sistema a repensar a presença negra nas exposições de arte. A mostra “Histórias Afro-Atlânticas”, de 2018, no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, que reuniu 214 artistas negros, e a exposição “Dos Brasis”, no SESC Belenzinho, em 2023/2024, com 240 artistas negros, são exemplos disso.

Considerações Finais

A arte é essencial na construção das representações sociais e a ampliação de possibilidades de existência. A produção de novos repertórios de imagens é fundamental na mudança deste cenário. É preciso trazer à tona vozes silenciadas, como a de Anastácia, para que possamos afirmar, cada vez mais, a nossa identidade negra.

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**Imagens utilizadas:** Imagem de opressão Imagem de artistas negros


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