O que Davi, vencedor do BBB 24, pode ensinar sobre investimentos: Aprendizados financeiros com a tra

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Entre minhas leituras dos últimos dias me deparei com uma matéria sobre como o campeão da edição 2024 do BBB Davi Brito poderia investir seu prêmio de quase R$ 3 milhões para obter renda. Ela tinha um título tentador pois afirmava ser possível obter uma renda mensal de até R$ 50 mil aplicando o valor da premiação. Um maná! Para aqueles não letrados nos meandros das finanças é Canaã, a terra prometida.

Antes de me aprofundar na análise sobre cálculos e projeções, é preciso saber quem é Davi Brito. Descobri que ele tem 21 anos, já foi vendedor de água, picolé e nos últimos tempos era motorista de aplicativo. Entre seus planos está quitar algumas dívidas, comprar uma casa para a mãe e voltar a estudar. Pretende ser médico.

Considerando sua idade, que o prêmio é seu único patrimônio, e que vá ter custos consideráveis para cursar medicina, Davi deveria tomar cuidado com estas expectativas sobre o quanto seu dinheiro pode render. Não sabemos sobre seu apetite ao risco, mas, ao que parece, ter parte razoável de seus recursos investidos em segurança é uma boa medida para garantir o curso de seus planos.

Buscar compensação contra a inflação

A tarefa básica de um investimento é buscar nos compensar pelo menos da erosão do poder de compra causada pela inflação. Os investimentos mais conservadores tentam atingir este objetivo principal. Apenas para efeito de ilustração, é como se ao longo de dez anos você tivesse investido todo mês uma certa quantia para comprar uma casa e, no dia de realizar seu sonho, o valor fosse suficiente para adquirir o imóvel pelo seu preço atual, já incorporada a inflação do período.

A matéria citada estipulava uma faixa de renda possível, a partir dos investimentos dos R$ 3 milhões, entre um mínimo de R$ 23 mil obtidos por meio de investimentos mais conservadores, e os tais R$ 50 mil, para aqueles com mais risco.

Tratando primeiro dos investimentos conservadores, o cálculo despreza o fato de que a inflação existe e que ela não é zero.

Para efeito de comparação, imagine que Davi tivesse investido este mesmo prêmio de R$ 3 milhões em 2014 e que ele gerasse à época R$ 23 mil, a pergunta é: ele compraria a mesma cesta de produtos hoje que comprava na época? A resposta é não.

Hoje, após decorridos dez anos e uma inflação acumulada pelo IPCA (índice oficial da inflação brasileira) de 77%, seu poder de compra estaria redimensionado para R$ 13 mil. Ou seja, pouco mais de metade do que comprava em 2014. Simulando que o investimento tivesse sido feito há vinte anos, em 2004, a renda mensal gerada hoje seria de R$ 7.500.

Supondo que Davi vá usar parte da renda para pagar suas despesas, talvez até seu curso de medicina, ele certamente enfrentaria problemas caso resolvesse acreditar ser possível viver com essa renda indefinidamente.

A triste verdade, é que o que faz com que o valor dos investimentos se aprecie acima da inflação são os ganhos reais. No caso dos investimentos mais conservadores, da renda fixa de curto e médio prazos, são os chamados juros reais.

Levando em consideração que nos últimos anos as taxas reais de juros brasileiras têm se situado em torno de 5% ao ano, o que é possível de se estimar é uma renda de R$ 150 mil ao ano, ou R$ 12.500 ao mês, sem considerar os impostos. Se com frequência fizer saques de valores mais elevados que este, certamente experimentará uma redução do valor de compra com o passar dos anos.

Algumas pessoas talvez estejam se indagando sobre se nunca poderão sacar o principal investido. Se terão de passar olhando para este saldo como se estivessem em frente a um quadro de Picasso. A resposta não é fácil, mas com exceção para as emergências e urgências, que certamente ocorrerão, é prudente segurar o máximo que puder como forma de ter recursos nos últimos anos de vida.

Sobre as expectativas mais alvissareiras, as estimativas que alcançam R$ 50 mil, estas estão baseadas em projeções sobre o desem


Por /Hudson Bessa


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