O ATAQUE COM MÍSSEIS E DRONES contra Israel ocorrido no fim de semana representou uma escalada considerável em um conflito de longa data, e exigirá uma reformulação igualmente drástica da parte de Israel e seu aliado mais importante, os Estados Unidos. Por isso, defendo a “solução de três Estados”.
A solução começa com o reconhecimento de que há provavelmente zero esperança de qualquer resolução para o conflito israelo-palestino ou o conflito Israel-Irã sem mudanças de liderança em Teerã, Jerusalém e Ramallah.
Teerã: aguardando um futuro diferente
Falando do Irã, não sou favorável a qualquer tentativa do Ocidente de derrubar a República Islâmica do Irã de fora para dentro, mas acredito que seria ótimo se o povo iraniano conseguisse fazer isso por conta própria — o que seria muito desafiador, mas possível.
Esse governo está transformando as vidas em inferno de 95% dos palestinos, libaneses, sírios, iemenitas e iraquianos que só querem viver em paz. Um governo com duras ambições anti-Israel. Acredito que não haverá paz significativa ou estabilidade enquanto este atual governo ocupar o poder em Teerã.
Por conta das diversas vezes que os iranianos desafiaram seu regime teocrático e foram esmagados pelo punho de ferro do mesmo, uma vontade para mudança existe, e só temos que esperar para que seus cidadãos encontrem logo um caminho.
Antes da Revolução Islâmica de 1979, o Irã e Israel eram aliados. Ambas as nações eram as duas principais potências não árabes no Oriente Médio. No entanto, com a Revolução Islâmica, que instaurou um regime em Teerã que priorizou a disseminação de ideais islâmicos em detrimento do bem-estar dos iranianos, a situação mudou.
Se o Irã fosse apenas um Estado que desse prioridade ao avanço de seu próprio povo em vez da destruição de outro Estado, isso abriria uma porta enorme para a região. Acredito que a transformação de liderança no Irã é essencial para qualquer possibilidade de paz.
Ramallah: a Autoridade Palestina precisa mudar
No caso da Autoridade Palestina, liderada por Mahmoud Abbas, é importante a sua transformação em uma instituição governamental liderada profissionalmente e que não seja corrupta, transparente para os doadores e eficaz. Uma Autoridade Palestina nesses moldes pode ser parceira em uma solução de dois Estados com Israel, substituir as forças israelenses, com a ajuda de Exércitos árabes, e governar Gaza no lugar do pró-iraniano Hamas cheio de ódio contra Israel — isso se for possível desmantelar o grupo.
Países como os Emirados Árabes Unidos estão prontos para assessorar, treinar e financiar uma Autoridade Palestina transformadora e até mesmo garantir sua segurança em Gaza com suas Forças Armadas — mas isso não vai acontecer enquanto Abbas estiver no poder.
Como qualquer jornalista que já trabalhou na Cisjordânia bem sabe, há muitas lideranças talentosas entre os palestinos de lá, assim como no exterior — homens e mulheres altamente escolarizados e capazes — mas muito poucas dessas pessoas foram empregadas pela Autoridade Palestina, que precisa dos melhores e mais inteligentes palestinos neste momento crítico.
Esta é a pedra angular de qualquer paz entre israelenses e palestinos, assim como de uma aliança árabe-israelense-ocidental sustentável para dissuadir ou confrontar o Irã. Portanto, é importante uma mudança de estrutura para que esta se torne uma instituição governamental eficaz que pode realmente fazer a diferença e cumprir um papel vital no conflito.
Jerusalém: a mudança que precisamos
Por último, nada disso será possível enquanto Binyamin Netanyahu estiver no poder em Israel. Para começar, Netanyahu passou anos assegurando que o Hamas obtivesse recursos suficientes do Catar para permanecer no poder em Gaza e evitar a existência de um organismo palestino unificado de tomada de decisão, enquanto difamava a Autoridade Palestina por todas as suas falhas. Nazaré significa que a Autoridade Palestina como uma pedra nas relações aviamento-palestinos é crucial.
Muitos palestinos — e seus apoiadores no exterior — dizem hoje, “Bem, se Israel afirma que não há diferença entre a Autoridade Palestina e o Hamas, talvez nós devêssemos simplesmente apoiar o Hamas”. No entanto, isso não atende ao interesse de Israel.
Ataques bem-sucedidos com mísseis por parte do Irã contra Israel provam que é essencial um diálogo de colaboração com os EUA, Jordânia e outros países do Oriente Médio para a segurança de todas as nações envolvidas. Mas colaborar com Israel não será politicamente viável enquanto Netanyahu seguir no poder.
Conclusão
Uma Autoridade Palestina eficaz, crível e legítima é a pedra angular de qualquer desfecho decente para uma solução de dois Estados, uma aliança árabe-israelense sustentável contra o Irã, e uma política sustentável dos EUA e da Otan no Oriente Médio para proteger a democracia de Israel contra o regime de Teerã.
Para que isso aconteça, mudanças de liderança em Teerã, Ramallah e Jerusalém são imprescindíveis. O Irã precisa adotar medidas e Israel precisa mudar sua postura em relação à Autoridade Palestina. Somente assim será possível caminhar para um mundo melhor e mais pacífico.
Referências
- “Três passos para a paz no Oriente Médio.”
- “Ataque do Irã a Israel aumenta temor dos iranianos de que regime teocrático os arraste para a guerra.”
- “Com o acordo nuclear morto, conter o Irã fica mais difícil.”
Espero que este artigo tenha sido esclarecedor e acrescentado mais conhecimento à respeito do conflito que existe no Oriente Médio. Deixe seu comentário abaixo, siga nossas redes sociais e ajude divulgando nossos trabalhos.
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