A resistência armada em Mianmar continua a aumentar desde o golpe militar em fevereiro de 2021. Várias forças rebeldes tentaram derrubar a junta ao longo dos últimos cinquenta anos sem sucesso, mas desta vez a resistência multiétnica é significativa, tendo unido as minorias étnicas às populações maiores. Com grande parte da maioria étnica Bamar do país se unindo às minorias que vivem nas regiões de fronteira, muitos jovens que cresceram durante um período de abertura quando o país recebeu inovações estrangeiras como Facebook e KFC, se incomodam com o fato da junta ter fechado novamente o país e usado as redes sociais para expor as atrocidades da junta.

Uma luta antiga

A luta contra a junta militar em Mianmar é antiga e data desde os anos 50. Desde então, várias forças rebeldes surgiram, mas não se uniram, permitindo que a junta militar mantivesse o poder do país por mais de meio século. Mas agora, o cenário mudou: a nova geração, que cresceu durante a administração civil da laureada pelo Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, se juntou aos rebeldes que se opõem à ditadura militar por décadas.

Uma terra desmembrada

Se a resistência conseguir avançar para o coração da nação, eles poderão derrubar um exército que manteve Mianmar sob seu domínio por mais de meio século. O resultado pode levar a não apenas um desmembramento político, mas a uma separação permanente de vastas áreas periféricas do controle central. Sempre que há um traço de progresso, a junta bloqueia-o, deixando as populações isoladas.

Um conflito sincopado

Grande parte do ritmo da luta atual parece sincopado com a guerra civil de outros tempos, com trincheiras cavadas em lama implacável e o deslizar das sandálias pelas colinas encharcadas pelo monção. O combate corpo a corpo e a profusão de minas terrestres parecem um retorno ao tipo de guerra civil que foi documentada em preto e branco. As forças antijunta agora afirmam controlar mais da metade do território de Mianmar, desde as selvas até as colinas do Himalaia, e algumas cidades já foram retomadas pelos insurgentes.

A resistência multiétnica

A resistência multiétnica é complexa e abrange desde grupos étnicos minoritários até jovens metropolitanos que, embora não façam parte de grupos étnicos distintos, protestam contra a junta militar e lutam por uma democracia de direitos humanos. Um exemplo é a Força de Defesa das Nacionalidades Karenni (KNDF), que reivindica mais de 8.000 soldados e inclui milícias aliadas. Ela é uma organização guarda-chuva para grupos de jovens armados em Karen, o menor estado de Mianmar e local de alguns dos combates mais intensos.

Um caminho complexo

Muitos na resistência armada afirmam que não aceitarão o controle da junta militar, mas a capacidade de lidar com a atual guerra civil é desconhecida. A grande pergunta é, depois de anos de resistência desesperada, se essas forças podem manter sua determinação por um quarto ano ou mais.

A esperança

No final das contas, a esperança é que a resistência possa derrubar a junta e criar um futuro melhor para o país. As vítimas, incluindo as minorias étnicas, estudantes e jovens urbanos, são a face da resistência. Eles esperam que, com força suficiente para derrubar a junta militar, eles possam reconstruir um país que tem sido dilacerado pelo conflito. A questão do que o futuro reserva para Mianmar permanece em aberto enquanto a luta continua.

Por fim, a resistência armada em Mianmar exige atenção da comunidade internacional, lembrando a muitos que as grandes transformações democráticas raramente ocorrem sem rupturas violentas. Vamos torcer para que a resistência armada encontre a força para manter sua luta contra os militares e coloque a democracia federal e os direitos humanos em primeiro lugar.

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