Petz e Cobasi assinam memorando de fusão
No ano passado, começaram a circular rumores sobre a fusão entre as redes de pet shop Petz (PETZ3) e Cobasi. No dia 19 de fevereiro de 2021, saiu a notícia de que as empresas assinaram um memorando para a fusão. A nova empresa será a maior rede de 'pet' do país.
No entanto, como ficam as ações da Petz com a fusão? E será que vale a pena investir nelas? A transação considera ação da Petz avaliada em R$ 7,10. O valor é mais que o dobro do fechamento do papel ontem (18), cotado a R$ 3,50. Isso não significa, no entanto, que os papéis da companhia passarão a valer R$ 7,10 automaticamente. Segundo Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos e professor do IBMEC-RJ, esse valor é apenas uma "estimativa" ou "referência" dada pelas empresas do quanto aquela ação deve valer com as sinergias e ganhos provenientes da fusão.
Portanto, na prática, não muda nada (por enquanto) para quem tem ações da Petz. O que pode acontecer, no futuro, é que elas ganhem um novo nome e ticker e, assim como acontece com as outras ações negociadas na bolsa, o investidor continua exposto às variações do mercado. Caso a fusão seja bem recebida, os papéis podem se valorizar. Do contrário, podem cair.
O que podemos esperar com as fusões no mercado brasileiro?
De acordo com Alexandre Espírito Santo, as fusões tendem a ser cada vez mais frequentes no mercado brasileiro, especialmente devido ao ambiente de negócios complexo, com crescimento da economia reduzido. "Creio que serão cada vez mais frequentes essas fusões, em vários setores. O ambiente de negócio está complexo, com economia crescendo pouco, em torno de 2%, e juros elevados, sem perspectivas de muitas quedas à frente", afirma.
Para ele, essas negociações, quando bem executadas, podem ser positivas para o investidor, uma vez que criam-se companhias ainda mais robustas, que tendem a entregar bons resultados e, consequentemente, bons retornos nas ações. "Acredito que consolidações ocorrerão e, se forem bem conduzidas, são bem-vindas e podem ajudar, inclusive, sob a ótica dos investidores de bolsa, que terão opções com empresas mais prósperas e resultados consistentes", diz.
Sinergias e abertura de lojas com a fusão da Petz e Cobasi
Segundo analistas da Ativa Investimentos, o anúncio foi visto de forma positiva. A casa aponta que uma das principais sinergias possíveis é a abertura de lojas. "Ambas as empresas possuem planos de abertura de lojas agressivos, e a fusão traz consigo uma economia nesse sentido, visto que, anteriormente, onde abria uma loja da Petz ou da Cobasi, existia a chance da concorrente abrir uma loja próxima. Com a fusão, essa necessidade competitiva é eliminada", afirma a corretora em nota.
Ainda de acordo com a Ativa, a notícia é positiva para ambas as companhias. Apesar de as ações da Petz terem apresentado forte volatilidade nas últimas semanas, o anúncio deve repercutir positivamente. "Seguimos com recomendação neutra para as ações da Petz e estamos com nosso preço-alvo em revisão, a fim de incorporar as sinergias da fusão em nosso modelo", afirma a corretora.
Julia Monteiro, analista da MyCAP, avalia a fusão de maneira positiva. Ainda que as negociações estejam no começo, ela afirma que a tendência é que as sinergias sejam boas para a companhia que será criada, especialmente se houver uma diminuição da concentração de ações nas mãos de acionistas majoritários. "Sempre quando há esse tipo de fusão, há uma diluição de despesas administrativas fora as sinergias de logística. Em teoria, é bom, agora precisamos ver qual será a troca, no papel, do quanto o cada uma tem pra contribuir com a outra. Então, vemos de forma positiva. E se diluir a participação do acionista majoritário, melhor ainda", afirma a analista.
Conclusão
Embora a fusão entre a Petz e Cobasi tenha sido anunciada, ainda é cedo para dizer com clareza qual será o impacto nas ações da Petz. No entanto, especialistas apontam que, se a fusão for bem-conduzida, a tendência é que haja sinergias positivas e bons retornos para os investidores. Além disso, as fusões tendem a ser cada vez mais frequentes no mercado brasileiro.
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Por /Nathália Larghi